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A inteligência artificial vai acabar com empregos?
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Se você é pesquisador ou professor universitário, talvez já tenha sentido aquele frio na espinha ao ouvir sobre os avanços revolucionários da Inteligência Artificial.
Notícias exageradas circulam por aí, sugerindo que modelos como o recém-lançado o3 da OpenAI irão "roubar" trabalhos humanos em massa.
Mas sera que a inteligência artificial vai acabar com empregos?
Primeiro, vamos respirar fundo.
Essa histeria coletiva não passa de um grande equívoco.
Recentemente, os entusiastas da IA testemunharam um anúncio inovador: a OpenAI apresentou o o3, um novo modelo de IA que, segundo dados iniciais, alcança resultados impressionantes em tarefas antes consideradas inatingíveis.
Até então, acreditava-se que as capacidades desses sistemas estavam atingindo um limite, mas esse lançamento sugere que ainda há muito espaço para avanços significativos.
A OpenAI encerrou seu evento de Natal de 12 dias com um grande impacto.
No primeiro dia, lançaram a versão completa do seu primeiro modelo de IA de raciocínio, o o1.
Agora, anunciaram seu próximo passo: o3, o segundo modelo dessa série, junto com o o3-mini, uma versão mais compacta e rápida, projetada para codificação.
Esse avanço foi além do esperado, superando significativamente os padrões anteriores da indústria.
Esses modelos da série “o” estão redefinindo as expectativas.
A OpenAI, em um intervalo de apenas 15 dias entre os lançamentos de o1 e o3, mostrou que avanços não precisam de anos de desenvolvimento — as melhorias podem surgir de ajustes no modo como a IA processa e dedica tempo ao raciocínio.
A inteligência artificial vai acabar com empregos?
Por que o alarde não faz sentido
Primeiro, precisamos reconhecer: o modelo o3 é impressionante.
Ele atingiu 87,5% de precisão no benchmark ARC-AGI, superando o desempenho médio de humanos em tarefas de raciocínio abstrato.
Além disso, ele demonstra uma capacidade inédita de resolver exercícios complexos de programação e matemática, em nível competitivo.
Estamos falando de testes que exigem raciocínio criativo e um nível de engenhosidade comparável (ou até superior) ao de muitos profissionais.
Nos últimos testes de codificação, o o3 alcançou 71,7% no benchmark SWE Verified, superando modelos como Claude 3.6 e Gemini 2.0 por uma margem de 20%.
Em competições de programação, alcançou um ELO de 2727, colocando-se entre os 200 melhores programadores do mundo.
E não é apenas na codificação que esse modelo se destaca.
Em matemática e ciências, o o3 demonstrou avanços impressionantes, resolvendo questões de nível de doutorado em benchmarks como GPQA Diamond, com 87,7%, superando em muito a média de 70% obtida por PhDs humanos em seus campos de expertise.
Mas, antes de entrar em pânico, vamos colocar isso em perspectiva.
Sim, a IA pode resolver certos problemas com uma precisão notável.
Porém, o custo de processamento de cada tarefa chega a US$ 5.000, consumindo milhões de tokens para resolver algo que um humano faria em minutos.
Imagine uma máquina que gasta meses para resolver um teste de lógica enquanto você o conclui em 20 minutos.
Quem é mais eficiente?
Inteligência não é só acerto — é eficiência
O que torna os modelos da família “o”, como o o3, tão especiais é algo que pode ser descrito como "permitir que a IA pense um pouco mais".
A diferença-chave entre esses modelos e seus predecessores, como o GPT, é a capacidade de dedicar mais tempo ao raciocínio, resultando em respostas muito mais elaboradas.
No mundo acadêmico, eficiência e criatividade são tão importantes quanto a capacidade de encontrar respostas.
E, nesse quesito, as IAs como o o3 ainda estão anos-luz atrás de nós.
Além disso, esses modelos têm dificuldades graves com erros.
Em vez de aprender com eles, muitas vezes dobram a aposta, insistindo em informações incorretas.
Isso não é exatamente o que chamamos de inteligência "útil".
Outro ponto relevante é a variação de desempenho entre tarefas.
Embora o o3 seja incrivelmente bom em benchmarks como FrontierMath e ARC-AGI, sua habilidade em tarefas cotidianas não é tão consistente.
Isso demonstra que ainda estamos longe de uma inteligência artificial verdadeiramente geral.
IA: ferramenta, não ameaça
Se olharmos para a história da tecnologia, veremos um padrão: ferramentas novas substituem tarefas, não pessoas.
A IA está sendo desenvolvida para potencializar o trabalho humano, não para eliminá-lo.
No contexto acadêmico, ela pode ajudar com análises de dados, organização de fontes bibliográficas e até mesmo geração de rascunhos iniciais de textos.
E isso libera tempo para o que realmente importa: pensar criticamente, ensinar e criar conhecimento.
Ademais, modelos como o o3 não estão acessíveis ao público.
A OpenAI ainda precisa realizar testes de segurança e ajustes antes do lançamento oficial.
Por enquanto, teremos que esperar até que ferramentas como o o3-mini estejam disponíveis em 2025, oferecendo um vislumbre do que esses modelos podem fazer no dia a dia.
O custo da IA ainda é impeditivo
Outro ponto crucial é o custo exorbitante da IA de ponta.
Para empresas e instituições, implementar soluções como o o3 em larga escala é financeiramente inviável.
Em termos práticos, contratar pesquisadores e professores humanos continua sendo mais barato e eficiente.
No entanto, o o3 introduziu um conceito interessante: uma versão mais leve, o o3 Mini, que busca otimizar recursos e reduzir custos, preservando sua eficiência.
Isso indica que os modelos de IA estão caminhando para se tornarem mais acessíveis, sem abrir mão de avanços significativos.
Com a história recente de redução de custos em modelos como o ChatGPT, há razões para acreditar que essa tecnologia se tornará cada vez mais viável.
Sua carreira está segura?
Então, o que tudo isso significa para você, professor ou pesquisador?
Significa que sua carreira está longe de ser ameaçada.
A IA não pode replicar as nuances do pensamento crítico, a empatia no ensino ou a originalidade da pesquisa humana.
Ela pode ser uma ferramenta incrível para apoiar essas funções, mas não para substituí-las.
E mais: mesmo com seus avanços impressionantes, não podemos afirmar que o o3 representa uma inteligência equivalente à humana.
Ele ainda depende de vastos recursos para processar informações, e a verdadeira inteligência geral (AGI) exige habilidades que a IA ainda não possui: lidar com as nuances, relações e imprevisibilidade do mundo real.
O avanço da IA abre portas para novas oportunidades de colaboração entre humanos e máquinas.
Em vez de temer essas inovações, podemos abraçá-las como ferramentas que ampliam nosso alcance e impacto, permitindo que nos concentremos no que fazemos de melhor: criar, ensinar e inovar.
Adotar a IA em seus processos de trabalho é mais do que uma tendência; é uma necessidade para se manter competitivo em um mundo acadêmico que se transforma rapidamente.
Aprender a integrar essas ferramentas no dia a dia pode liberar tempo para tarefas mais estratégicas e criativas, permitindo que você explore novas ideias, publique mais rapidamente e conduza pesquisas com mais eficiência.
Aqueles que dominarem o uso da IA em suas práticas acadêmicas terão uma vantagem significativa.
Em vez de temer a substituição, a chave está em se adaptar e usar essas tecnologias para potencializar suas capacidades humanas únicas.
Seja na análise de grandes volumes de dados, na organização de referências ou na geração de insights, a IA pode ser uma aliada poderosa para alcançar novos patamares em sua carreira.
Afinal, é o uso inteligente dessas ferramentas, combinado com nossas habilidades humanas únicas, que realmente define o progresso acadêmico.
Em vez de temer a IA, que tal explorar como ela pode melhorar o seu trabalho?
Explore as possibilidades com IA no ensino e na pesquisa.
Se você quer aprender como aproveitar ferramentas como o ChatGPT para transformar sua rotina acadêmica, confira meu curso sobre o uso do ChatGPT.
Agora é a sua vez: você já utiliza IA na sua rotina acadêmica? Me conta nos comentários!
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